quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Será que eu tenho culpa?


"Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue." Jeremias 48:10

   Em 1º Samuel 15:1-31. Saul desobedece a Deus retendo a sua espada do rei dos amalequitas, Aguague e dos melhores animais dos amalequitas e assim Deus rejeita a Saul por ele ter retido a espada de Aguague, pois não fez como Deus Havia lhe ordenado. Fez aquilo que o Senhor lhe pediu, mas não da maneira como o Senhor havia pedido. Talvez você possa pensar como eu pensei um dia: "mas foi uma pessoa somente que ele deixou viva, e o que os animais tinham a ver com isso?".
   O problema foi que Saul deixou o Rei vivo, ou seja, a pessoa ao qual exercia influencia sobre o povo. Ele deixou o "LÍDER" dos amalequitas vivo. Uma pessoa que tinha astúcia, uma pessoa que exercia forte influencia ao qual tinha uma boa oratória, uma pessoa ao qual poderia controlar outra, através de sua inteligência e domínio. Porém o problema não foi somente este. A bíblia nos diz que é melhor obedecer do que sacrificar (Samuel 15.22), E Saul desobedeceu ao fazer as coisas do seu jeito.
   Saul fez a escolha, ele retirou sua espada do sangue, fez a obra do Senhor relaxamente, não deu ouvido a voz do Senhor, desobedeceu, e a consequência foi ser amaldiçoado por Deus.
   Nós pais e educadores muitas das vezes precisamos fazer algumas escolhas e muitas vezes até alguns sacrifícios por obediência ao Senhor. Existe certas coisas que nos dói ter que falar ou ter que fazer, e por doer é melhor ficarmos quietos, afinal se eu não falar ninguém irá saber, desta forma retiramos nossa espada do sangue, Deus esta vendo.
  Chamar atenção do seu filho, ou do seu aluno, pode ser uma coisa difícil, mas é algo que é necessário. Quando nos ausentamos das responsabilidades que nos são impostas muitas das vezes por assumir algum cargo na igreja ou apenas por ser pai e mãe estamos retendo a nossa espada do sangue. Quando fugimos de algum compromisso, ou quando fingimos que não vimos algo, estamos retendo nossa espada do sangue e a consequência de fazermos isso é ser amaldiçoado por Deus.
   Neste momento você pode está pensando que são coisas diferentes, mas não são. Deixe-me contar uma experiência: em um dia desses, em um culto de Domingo, uma das crianças ao qual tem três anos de idade ao passear pela igreja, viu um jovem com um pacote de bala halls sobre o banco. Ele lentamente deu mais uma andada e voltou e pegou o pacote de bala e retornou e sentou no banco juntamente com as crianças. Eu vendo ele com o pacote de bala na mãe perguntei de quem era, ele me respondeu que era seu, perguntei de quem ele havia ganhado ele disse que ganhou do tio, pedi que ele me mostrasse qual era o tio e ele me mostrou um jovem, então pensei: "Qual é o jovem que vai dar um pacote de halls cheio para uma criança?". Então pedi para a criança: fala a verdade, ele não te deu, não é? Ele ficou quieto então pedi que ele fosse devolver. Quando ele retornou, falou a verdade. Até o final do culto as balas já teriam acabado e seus pais não iriam ver. Como a orientação dada aos pais é para não trazer bala para o banco das crianças, perguntei aquela criança. Eu quanto líder poderia negligenciar está situação, mas estaria incentivando aquela criança ao roubo, sabendo que os comportamentos aprendidos nesta faixa-etária podem ser levados para a vida toda, estaria retirando a minha espada do sangue.
  Quando vimos um jovem, um adolescente ou criança fazendo alguma coisa errada e não o chamamos a atenção, não os aconselhamos, queremos nos ausentar achando que ele não vai gostar que falassem, ou pensando que isso é responsabilidade dos pais, somos amaldiçoados por Deus.
  A responsabilidade é muito grande e nos é cobrada aqui, mas nos será cobrado naquele dia também.
  Ter consciência do nosso chamado passa por este versículo do livro de Jeremias, precisamos saber da nossa responsabilidade e até onde vai o compromisso do nosso chamado.


Bruna Pinheiro

O relacionamento entre Pais e Filhos


Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos Efésios, ordenando aos pais: “e vós pais, não provoqueis vossos filhos à ira” (Ef 6:4) estava em vigência no Império Romano o regimedo páter potestas. O pai tinha o direito absoluto sobre os filhos: podia casá-los, divorciá-los, escravizá-los, vendê-los, rejeitá-los, prendê-los e até matá-los. Hoje, vivemos o reverso daquela triste situação. Nos idos de 1960, surgiu com a revolução hippie a aversão a toda instituição e autoridade. A família foi profundamente afetada. A autoridade dos pais foi questionada, abusada e repudiada.
Precisamos buscar a verdade para estabelecermos relacionamentos saudáveisentre pais e filhos e essa verdade está nas Escrituras. O apóstolo Paulo fala de duas coisas:
O dever dos filhos com os pais (Efésios 6:1-3)
Há três motivos pelos quais os filhos devem obedecer aos pais:
1) A natureza (v. 1) – A obediência dos filhos aos pais é uma lei da própria natureza, é o comportamento padrão de toda a sociedade. Os moralistas pagãos, os filósofos estóicos, a cultura oriental, as grandes religiões também defendem essa bandeira. Por isso, a desobediência aospais é um sinal de decadência da sociedade (Rm 1:28-30; 2 Tm 3:1-3).
2) A lei (v. 2-3) – Honrar pai e mãe é mais do que obedecer. Os filhos devem prestar não apenas obediência, como também devotar amor, respeito e cuidado pelos pais. Honrar pai e mãe é honrar ao próprio Deus; de igual modo, resistir a autoridade dos pais é resistir a autoridade do próprio Deus. Honrar pai e mãe traz benefícios preciosos como prosperidade e longevidade. Muito sofrimento, muitas lágrimas, muitas decisões precipitadas e casamentos infelizes não teriam acontecido se os filhos obedecessem aos seus pais.
3) O evangelho (v. 1) – Os filhos devem obedecer aos seus pais no Senhor. Os filhos devem obedecer aos seus pais porque são servos de Cristo. Eles obedecem aospais porque isso é agradável ao Senhor. O dever dos pais com os filhos (Efésios 6:4). O apóstolo Paulo exorta os pais não a exercer a sua autoridade, mas a contê-la. Mediante o pátria potestas o pai tinha todo o poder e podia castigar os filhos e abusar deles, exorbitando, assim, em sua função. Paulo, porém, ensina que o pai cristão deve imitar outro modelo. A paternidade é derivada de Deus (Ef 3:14-15; 4:6). Os pais humanos devem cuidar dos seus filhos como Deus Pai cuida da sua família. Paulo trata doassunto, de dois modos:
Uma exortação negativa (v. 4) – “… e vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira”. Os pais, no exercício da sua autoridade, podem exorbitar em sua função e abusar de seus filhos. Tanto o excesso como a ausência de autoridade provoca ira nos filhos e também gera neles desânimo (Cl 3:20). Os pais podem provocar a ira dos filhos quando:
a) por excesso de proteção – encarando-os sempre como crianças que precisam de cuidado e proteção;
b) por favoritismo – Isaque e Rebeca cometeram esse grave erro. Isaque amava mais Esaú, enquanto Rebeca tinha preferência por Jacó. Assim, os pais jogaram um filho contra o outro;
c) por desestímulo – há pais que nunca estão satisfeitos com os filhos. Cobram muito, mas não elogiam nada. Não dosam disciplina com encorajamento. Os filhos nunca conseguem atingir a expectativa dos pais;
d) por não reconhecer a diferença dos filhos – não há nada mais perigoso do que comparar um filho com outro. Se eles são peculiares não podem ser medidos pelo mesmo padrão. Eles têm personalidade, temperamento e habilidades diferentes. Muitos pais agridem os filhos querendo determinar para eles a escolha profissional e até mesmo o cônjuge;
e) por falta de diálogo – os pais irritam os filhos quando se trancam atrás dos muros do silêncio e fecham os canais de comunicação com eles. Davi chorou a morte de Absalão, mas não conversou com ele quando estava vivo;
f) por meio de palavras ásperas ou agressão física – os filhos ficam desanimados quando são castigados por motivos fúteis e por destempero emocional dos pais.
4) Exortações positivas (v. 4) – Os pais devem “criar os filhos na disciplina e na admoestação do Senhor”. A palavra criar significa nutrir, alimentar. Calvino traduziu essa expressão como “sejam acalentados com afeição”. Os filhos precisam de segurança, limites, amor e encorajamento. Os pais precisam, também, treinar os filhos através da disciplina. A palavra Paidéia significa treinar através da disciplina. Outrossim, os pais precisam encorajar os filhos através da palavra. A palavra admoestação, nouthesia, significa educação verbal. É advertir e também estimular. Finalmente, os pais são responsáveis pela educação cristã dos filhos. A expressão “no Senhor” revela que o responsável pela educação dos filhos não é a escola nem mesmo a igreja, mas os próprios pais. A preocupação básica dos pais não é apenas que seus filhos se lhes submetam, mas que cheguem a conhecer e obedecer ao Senhor.

Rev. Hernandes Dias Lopes.